Há coisas que não podem ficar entaladas cá dentro!

04
Ago 10

Vivemos num século marcado pela genialidade das ciências e das tecnologias. Todos nós respiramos produtos vindos de diversos pontos do globo e aos poucos vamos perdendo a nossa nacionalidade. Com o tempo vamos deixar de ser portugueses e passaremos a ser “mundanos”. Não há uma casa portuguesa que não tenha sido já engolida por produtos internacionais. Tudo em nós são estrangeirismos: desde a roupa à comida, passando pelos electrodomésticos que abundam nos nossos lares e até mesmo na forma de falar. Pronto, não digo que isto seja mau. Até é muito bom se pensarmos que é sinal que vivemos num mundo [quase] sem fronteiras, num mundo [quase] todo desenvolvido. O pior está exactamente quando começamos a perder aquilo que nos distingue dos outros povos.

Se começarmos por pensar na gastronomia o “nosso” belo bacalhau está a ser devorado pelos hambúrgueres de certas cadeias de fast food que abarrotam o nosso mercado e os de diversos países. Creio que o único que ainda não arranjou concorrente à altura foi o famoso vinho do porto que continua a vingar. Se calhar vinga mais no estrangeiro, mas não deixa de ser lembrado como um produto português.

Na literatura vamos aos poucos perdendo os nomes que nos faziam distinguir no meio da população literária mundial. E provavelmente se quisermos comprar um bom livro de um autor nacional vamos pagar muito mais por esse livro do que pagaríamos por um de um dos diversos autores estrangeiros que inundam as prateleiras das nossas livrarias.Viremo-nos agora para a música. O Fado, que outrora cantava a saudade e o amor numa marcante voz portuguesa, tem sido ultimamente trocado pelos ritmos mais carismáticos do pop rock com tons mais inglesados.

E na dança: o nosso folclore está a levar uma tareia do hip hop e de outras vertentes oriundas de outros países. É na imagem dos nossos folcloristas que transparece o pouco que resta da nossa história. E hoje somos a nossa história, é esse o nosso bilhete de identidade para o mundo. 

Não digo, de todo, para renunciarmos o que vem de fora. Digo sim que não devemos esquecer daquilo que somos feitos. Devemos ter orgulho em ser o bacalhau à Lagareiro, o vinho do porto, em ser Saramago e Pessoa, em ser Amália, em ser Vira, Fandango e Corridinho. Acima de tudo devemos continuar a dizer: “Eu sou português!”.

 

 

O meu contributo:

 

 

 

"A alma que é algarvia move o corpo pela tradição. Danço ao som do corridinho porque essa é a minha paixão"

publicado por Palavras Rasgadas às 22:21
sinto-me: Portuguesa
música: Alma Algarvia

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