Há coisas que não podem ficar entaladas cá dentro!

07
Jul 10

 

 

 Visão:

 

Acordo e ponho-me em frente ao espelho. Sorrio. Aquela imagem que me reflete pode até não ser a de uma pessoa com uns olhos lindos e um corpo formoso, mas é aquela imagem que me dá a percepção que estou viva. Volto a sorrir. Enquanto olhar para o espelho e ver aquela imagem a sorrir para mim sei que vale a pena ter acordado. Sempre que ver aquela rapariga a sorrir sei que ela realmente tem motivos para viver.

 

Vivemos num mundo de aparências. Um mundo onde o nosso olhar capta a maior parte dos sentimentos que nos trespassam o coração. E se isso não acontece é porque preferimos andar às cegas a vaguear por ai. Ver com os olhos... ver com o coração.

 

 

 

Olfacto :

 

Vou por aí, algures. No meio de tantos inpirar e expirar algo me faz parar. Volto a inspirar, desta vez profundamente. "Eu consigo reconhecer este cheiro!" De repente sinto-me a viajar até algum dia da minha infância. Consigo sentir o calor do Verão no meu corpo em contraste com o fresco dos azulejos onde me sento. O cheiro a pão quente acabado de fazer é o mesmo. Lembro a minha mãe a trazer-me uma fatia desse mão e o cheiro agora está nas minhas mãos. De repente acordo e sorriu: "Bons tempos!"

 

Odores com que por vezes nos deparamos conseguem nos fazer viajar para muito longe. É em momentos assim que percebemos que afinal temos uma história. Para percebermos o presente temos de primeiro perceber o passado.

 

 

 

Paladar:

  

Adoro sentir o sabor do chocolate a despazer-se na minha boca. Vicio, dependência, prazer! Mil e uma sensações percorrem a minha alma entre o momento em que ponho aquele quadradinho de chocolate na minha boca e aquele em que por fim engulo aqueles restos de pecado. Gula!! Chamem-me pecadora!

 

Eu não diria que nós somos aquilos que comemos. Diria antes que somos todos os sentimentos degustativos que sentimos quando saboreamos aquilo que comemos. Serei então o exotismo do chocolate, a força do café, a frescura da água, a animalidade da carne...

 

 

 

Audição:

 

Do nada começa a dar aquela música. O nosso coração começa a palpitar mais acelaradamente. Deixamos de ouvir qualquer ruído que esteja à nossa volta. Todos desaparecem. O nosso cérebro automáticamente começa transmitir para nós aqueles versos. É incrível o que aquelas palavras nos fazem sentir. Cada uma é tão certa, faz tanto sentido. Aquela música deixa de ser de quem a está a cantar e passa a ser nossa.

 

Além de uma arte a música é um medicamento. A energia que muitas vezes procuramos nos lugares errados. Uma parte da nossa vida está escrita em meia dúzia de canções.

 

 

 

 

Tacto:

 

As minhas mãos vão deslizando no corpo dele. Cada sinal que encontram é um marco de sensação. A pele é tão calma no meu toque suave. Sinto o corpo dele responder como se pedisse mais. Toco a pele dele para ter a certeza que ele está ali. Preciso ter essa certeza e preciso mostrar-lhe que o encontrei. É uma necessidade constante de ter a certeza que estamos realmente juntos, que aquele sentimento realmente existe.

 

 

Sabemos que não temos complexos com o nosso corpo ou com o corpo dos outros quando tao facilmente fazemos uma festa na cara ou damos a mão a alguém com a mesma facilidade com que dizemos um "ola". Tocarmo-nos é um sinal de carinho, de amizade de união. Tocar alguém é forma mais facil e verdadeira de dizer "estou aqui do teu lado".

 

 

 

publicado por Palavras Rasgadas às 19:37
música: Feel - Robbie Williams
sinto-me: A sentir...

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