Há coisas que não podem ficar entaladas cá dentro!

24
Jan 13

"[...] N'uma espiral, de estranhas contorsões, 
E d'onde saem gritos e lamentos, 
Vejo-os passar, em grupos nevoentos, 
Distingo-lhes, a espaços, as feições... [...]"


Num TurbilhãoAntero de Quental

 

 

 

Relendo o que escrevi em linhas passadas releio-me também. Continuo sem perceber se realmente perdi o meu dom (o de perdoar) ou se simplesmente aprendi a selecionar as pessoas que o merecem receber.

Nunca virei a cara a ninguém, no entanto quando comecei a perder a capacidade de perdoar (ou a ganhar a de selecionar as pessoas certas) comecei também  a não sorrir mais para algumas pessoas. Transformaram-se em simples desconhecidos, fantasmas do acaso de uma dessas ruas que, por vezes, cruzo.


E não me arrependo!


"Valeu a pena", penso quando esses fantasmas tentam assombrar o meu pensamento. Fiquei livre de certos pesadelos que me torturavam os dias, por isso "sim" valeu a pena. 

 

Mas também olho para aqueles com quem partilhei o meu perdão e vejo que fiz a escolha mais acertada. Porque, hoje, eles dão-me vida e fazem-me esquecer os fantasmas de outros dias.

 

publicado por Palavras Rasgadas às 23:39
sinto-me: A mesma!

03
Fev 11

 

 

"Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada."

 

José Régio

 

 

 

 

Não estou aqui para seguir os passos de ninguém, sei que não tenho um caminho definido mas também não preciso dele. Conheço-me o suficiente para saber aquilo que quero e para saber que é em direcção a isso que vou seguir. Conheço-me também o suficiente para saber aquilo que não quero e também sei que vou fazer de tudo para contornar essas coisas.

 

Não estou aqui para agradar ninguém. Se fui desagradável em algum momento, ou continuo sendo, foi porque em mim conseguiram despertar um sentimento negro que, por norma, costuma estar adormecido, um sentimento que só desperta na pior das hipóteses. Mas também sei ser agradável: aqueles que me dão colo e que merecem que eu demonstre o meu lado branco, a luz do meu sorriso, certamente o terão. Não porque querem mas porque merecem e, acima de tudo, porque eu quero. É uma simples distinção entre pessoas boas e más, entre aquelas que despertam em mim o bem e aquelas que despertam o mal.

 

Não estou aqui para mostrar soluções para a vida de ninguém. Eu tenho as minhas, nem sempre as encontro, mas são só minhas. Posso até olhar para trás e dizer "tropecei naquela pedra mas acertei naquela direcção" mas não servirá de nada para os outros. O caminho é meu, mais ninguém o vai poder percorrer da mesma forma. Podem até chegar onde eu vou chegar, mas o percurso será outro.

 

Estou aqui porque tenho de estar. Independetemente de um Deus, de uma sociedade e até mesmo da minha mãe. Se estou aqui é porque mereço esta vida, porque mereço fazer as minhas escolhas. Quero ao meu lado quem escolhi. Quero o futuro que escolhi. Quero a vida que vou escolhendo cada dia porque o meu final vai depender dessas mesmas escolhas. Morrerei daquilo que me tornar. Morrerei daquilo que escolher.

publicado por Palavras Rasgadas às 20:51
sinto-me: Decidida
música: Lost - Coldplay

19
Jul 10

 

 

Passaram-se anos, passaram-se dias mas não passou aquilo que significas para mim. Foste embora sem deixar explicações e eu ainda continuo à procura delas. Ainda vive na minha memória aquela noite em que as lágrimas falaram mais alto que qualquer palavra. Quando recordo o teu nome um luto negro enrola o meu coração… Perdoa-me se em certos momentos deveria ter agido melhor, ter estado mais presente, mas a esperança de melhorares e a raiva que te culpava da situação falaram sempre mais alto.

A mim deixaste o que de mais precioso a minha vida tem. O nosso menino é o meu orgulho maior, a minha maior força. E sei que estejas onde estiveres estás a olhar por nós. Em sonho apareces-me com um ar angelical e sei que és o anjo que me acompanha.

Olha daí por mim que um dia voltaremos a estar juntas. Não sei para quando será esse dia, mas ele chegará.

 

Célia Lopes 23-03-1973/ 19-07-2006

Saudades <3

 

 

publicado por Palavras Rasgadas às 12:14
sinto-me: Com saudades
música: I'll be missing you

02
Jun 10

Talvez seja impossivel contar quantas palavras temos no nosso vocabulário. Por vezes até esquecemos o seu verdadeiro significado e usamo-las de uma forma incorrecta. Aplicamo-las às pessoas erradas nas situações erradas...

 

Outras vezes esquecemo-nos da existência de outras... ou fingimos que esquecemos porque são palavras dificeis de pronunciar. Estas palavras a que me refiro são as que expressam os nossos sentimentos. Se pensarmos bem é demasiado dificil dizer um "desculpa-me" ou um "amo-te" quando eles são realmente sentidos. A dificuldade existe porque são palavras que requerem obrigatoriamente uma resposta. Temos medo que a resposta não seja a que nós ansiamos, ou mesmo que não haja resposta. Ás vezes o silêncio é a pior resposta que podemos ter.

 

Por mais medo que tenhamos nunca devemos deixar de mostrar aquilo que realmente sentimos. Há sempre a possibilidade de receber um "sim" ou um "e eu a ti". Há sempre a possibilidade de receber um sorriso e poder sorrir também.

 

 

 

 

 

Eu nunca vou deixar de dizer "Amo-te" porque se ao inicio parecia dificil de dizer agora percebo o quanto fui tonta. A dificuldade não estava em pronunciar a palavra mas sim em perceber até que ponto esse sentimento poderia ser verdadeiro. Hoje não me restam dúvidas...

publicado por Palavras Rasgadas às 11:23
sinto-me: A sorrir
música: When you say nothing at all - Ronan Keating

13
Mai 10

Desde pequenina que a minha educação tipicamente católica me ensinou a perdoar. Fui ensinada que devemos perdoar os outros, os que erram contra nós. Fui ensinada que não devemos esperar que os outros nos perdoem da mesma forma, porque talvez não lhes tenha sido ensinada a ilustre arte de perdoar. Mas também fui ensinada que se errei e fui perdoada não devo voltar a cometer os mesmos erros, posso não ter uma segunda hipótese.

 

Fui dotada do dom de perdoar. Orgulho-me disso! Mas tenho os meus limites...

 

Acho que não há uma única pessoa a quem eu não tenha dado uma segunda hipotese, ou mesmo terceira... ou até quarta. Mas a partir daí é rebaixar-me demasiado perante aqueles que me magoam.

 

O meu "eu" atingiu um limite. Disse "BASTA". Magoaram-me demasiado. Não ando a jogar "Eu desculpo" e "Não faz mal" á rua para que os usem durante um dia ou dois e depois os joguem fora. Aproveitem as oportunidades que têm. A vida não nos dá muitas. Deixem de olhar só na vossa direcção e de pisar os que vos querem bem como se fossem pedras no caminho. O mundo cada vez conhece menos o dom de perdoar...

 

E talvez eu esteja perdendo o meu...

 

 

 

publicado por Palavras Rasgadas às 11:32
sinto-me: Cansada de perdoar
música: Forgiven - within Temptation

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