Há coisas que não podem ficar entaladas cá dentro!

24
Jan 13

"[...] N'uma espiral, de estranhas contorsões, 
E d'onde saem gritos e lamentos, 
Vejo-os passar, em grupos nevoentos, 
Distingo-lhes, a espaços, as feições... [...]"


Num TurbilhãoAntero de Quental

 

 

 

Relendo o que escrevi em linhas passadas releio-me também. Continuo sem perceber se realmente perdi o meu dom (o de perdoar) ou se simplesmente aprendi a selecionar as pessoas que o merecem receber.

Nunca virei a cara a ninguém, no entanto quando comecei a perder a capacidade de perdoar (ou a ganhar a de selecionar as pessoas certas) comecei também  a não sorrir mais para algumas pessoas. Transformaram-se em simples desconhecidos, fantasmas do acaso de uma dessas ruas que, por vezes, cruzo.


E não me arrependo!


"Valeu a pena", penso quando esses fantasmas tentam assombrar o meu pensamento. Fiquei livre de certos pesadelos que me torturavam os dias, por isso "sim" valeu a pena. 

 

Mas também olho para aqueles com quem partilhei o meu perdão e vejo que fiz a escolha mais acertada. Porque, hoje, eles dão-me vida e fazem-me esquecer os fantasmas de outros dias.

 

publicado por Palavras Rasgadas às 23:39
sinto-me: A mesma!

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